quinta-feira, 19 de maio de 2011

"acabamos por amar nosso próprio desejo, em lugar do objeto desejado."

Gosto dessa frase do Nietzsche. A sensação de desejar algo ou alguém nos dá prazer, e quando finalmente conquistamos, o desejo se esvai e sentimos falta novamente de desejar.

Somos seres em busca. Estamos sempre desejando, isto é constante em nós, inconstantes seres humanos. E essa sede é insaciável, interminável...

Mas, afinal, o que desejamos tanto? Um amor, uma família, um trabalho, dinheiro, equilíbrio espiritual? Seja lá o que for, sabemos que dificilmente nos sentiremos satisfeitos e completos. Estará sempre faltando alguma coisa.

Estará sempre faltando alguma coisa?

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ILUSÃO?


Alguns pensadores acreditam que a ilusão é inimiga, que pode ser considerada a pior de todas as drogas, outros, a veem como um grande impulso para viver. Oscar Wilde disse que a ilusão é o primeiro de todos os prazeres. Vitor Hugo também acreditava no seu poder positivo, pois afirmava que a ilusão é um alimento para a alma, assim como as asas para um pássaro.

Considerando o significado literal do termo – “Engano dos sentidos; interpretação errônea de um fato” – como a ilusão pode ser favorável ao ser humano?

A ilusão alimenta sonhos, desejos e esperanças. Esse pode ser o seu lado doce. Mas seu gosto amargo se sente quando a realidade vem à tona.

Já aconteceu com você? Alguma vez refletiu sobre algo e chegou a conclusão de que não passava de ilusão? Nesse momento, em que percebemos a existência da ilusão, é possível se libertar de algo que antes nos aprisionava. Diante dessa descoberta, as cortinas para a realidade são abertas, e, logo, voltamos a respirar aliviados, acompanhados também pelo sentimento de tristeza, pelo fato de termos que nos despedir de algo que nos alimentava, mesmo não sendo real.

Veja o que Charles Baudelaire escreveu sobre a ilusão:
“... e, quando a ilusão desaparece, ou seja, quando vemos o ser ou o fato tal como existe fora de nós, experimentamos um sentimento bizarro, metade dele complicada pela lástima da fantasia desaparecida, metade pela surpresa agradável diante da novidade, diante do fato real.”

A ilusão está no interior de cada um de nós. Passamos a acreditar no que queremos de acordo com o que desejamos. Talvez, uma dose de ilusão seja importante para a vida. Mas, cuidado para se tornar escravo dela.

Como saber quando estamos iludidos? Que parâmetro usar para identificarmos o que está somente dentro de nós, e o que está realmente acontecendo? Até onde vai o real e o irreal criado por nossas mentes?

Talvez só seja possível perceber essa diferença, quando, numa atitude desesperada, resolvemos “acordar” e enxergar o que pode estar na frente dos nossos olhos, mas que, nossa mente não nos permite ver.